Você sabe o que é Autismo?
Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:
* Inabilidade para interagir socialmente;
* Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
* Padrão de comportamento restritivo e repetitivo. #fonte
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Relato de mãe por Juliana Hodar, mãe militante e ativista da causa.
“Num primeiro momento agi de forma muito emocional e até violenta com a Diretora, não ousava admitir em meu íntimo que havia algo de errado com meu filho, já queria retirá-lo da escola quando meu marido e meu pai me chamaram a razão e fomos conscientemente em busca de respostas.
Foi um longo caminho em que passamos por diversos profissionais, três de cada especialidade para ser mais exata, entre neurologistas, psiquiatras, otorrinos, terapeutas, pediatras, com os mais diversos métodos e conclusões “nada conclusivas”…Por fim a neurologista M.A. teve uma postura clinica e pediu uma série de exames como perfil genético completo, x- frágil, ressonância magnética , eletroencefalograma, etc…que constataram a mais perfeita normalidade em todos os eles mas não descartou o ônus comportamental e nos encaminhou a psiquiatra A.N. que após três meses de avaliação de Tiago e de todo o contexto familiar diagnosticou quadro de ”AUTISMO INFANTIL” F84.0 encaminhando-o para acompanhamento multidisciplinar sem utilização de nenhum tipo de medicação já que Tiago é extremamente dócil, carinhoso, jamais manifestou episódios de violência contra si e contra outros e, conforme dito pela psiquiatra apesar da hiperatividade associada à família convive muito bem com isso e não o afasta do convívio social, orientando que continue inserido no sistema educacional normal com atividades dirigidas e faça terapias a parte para desenvolvimento de linguagem e terapias de foco nas atividades por conta da hiperatividade. “
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O que é o Autismo ?
O Autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração na parte cognitiva do cérebro que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas). Não é como a síndrome de down por exemplo que é comprovadamente uma alteração cromossômica (Trissomia do 21) e não tem FENÓTIPO(características faciais predominantes), não tem uma “cara” são comportamentos que balizam o diagnóstico.
O autismo é um transtorno definido por alterações presentes antes dos três anos de idade e que se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.
Não há nenhum dado conclusivo até o momento que determina se o que ocasiona o autismo e todas as suas classificações e manifestações é genético, sendo genético se é herança materna ou paterna, se é resposta a algum estímulo ou falta dele, se é devido a condições específicas da gestação, alimentos consumidos, houve até uma especulação derrubada recentemente pelo FDA sobre vacinas, e até recentemente estudos com base na epigenética, (alterações genéticas de fundo comportamental).O único tipo de síndrome associada que é comprovadamente genética é a Síndrome de Rett: https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Rett.
É uma manifestação bem grave e severa que afeta a parte motora e o desenvolvimento neurológico.
Temos também o autismo clássico que relata alguns atrasos de ordem neurológica e maior índice de comportamentos reativos e repetitivos
Um dos tipos mais leves é o chamado Síndrome de Asperger (que é o caso do meu filho Tiago) : Síndrome de Asperger é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo.
É Importante informar e compreender cada vez mais o autismo e suas manifestações pois hoje a estatística Mundial denota que a cada 100 crianças nascidas uma demonstra estar no espectro autístico e suas manifestações este número é maior que qualquer patologia de conhecimento geral, Síndrome de Down, por exemplo, acomete 1 a cada 800 crianças…Vamos acordar !
A Síndrome de Asperger é mais comum no sexo masculino. Quando adultos, muitos podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa, entretanto, além de suas qualidades, sempre enfrentarão certas dificuldades peculiares à sua condição. Há indivíduos com Asperger que se tornaram professores universitários (como Vernon Smith, “Prêmio Nobel” de Economia de 2002).
Seguem algumas características gerais para facilitar o diagnóstico, muitas delas como não olhar nos olhos e recusar carinhos ou afagos não se aplicam a meu filho pois ele não só aceita como busca o carinho das pessoas e olha nos olhos (de quem ele gosta) com muito mais profundidade, realmente se comunica através deles.
Tiago não fala por repetidas otites mal diagnosticadas e por decisão dele próprio, já segundo a fono e terapeuta que o acompanham não têm nenhum impedimento. Mas se comunica muito mais do que muitos extremamente verbais. É de altíssima inteligência. Seus coleguinhas de classe (ele estuda em escola normal) param para assistir a rapidez com ele despenha as tarefas, ele não fala mas lê, realiza as tarefas escritas com perfeição
Características do autismo e seus espectros relacionados:
Existem muitos graus de autismo, mas quanto mais cedo a criança for identificada e começar o treinamento de habilidades sociais, melhor será seu desenvolvimento.
Segundo a ASA (Autism Society of American), indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir:
- Dificuldade de relacionamento com outras pessoas
- Riso inapropriado
- Pouco ou nenhum contato visual - não olha nos olhos
- Aparente insensibilidade à dor - não responde adequadamente a uma situação de dor
- Preferência pela solidão; modos arredios - busca o isolamento e não procura outras crianças
- Rotação de objetos - brinca de forma inadequada ou bizarra com os mais variados objetos
- Inapropriada fixação em objetos
- Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade - muitos têm problemas de sono ou excesso de passividade
- Ausência de resposta aos métodos normais de ensino - muitos precisam de material adaptado
- Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina
- Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo)
- Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares)
- Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)
- Recusa colo ou afagos - bebês preferem ficar no chão que no colo
- Age como se estivesse surdo - não responde pelo nome
- Dificuldade em expressar necessidades - sem ou limitada linguagem oral e/ou corporal (gestos)
- Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente
- Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos
- Desorganização sensorial - hipo ou hipersensibilidade, por exemplo, auditiva
- Não faz referência social - entra num lugar desconhecido sem antes olhar para o adulto (pai/mãe) para fazer referência antes e saber se é seguro
Observação: É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém muitos dos sintomas está presente entre os12 e os 24 meses da criança. Eles variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma, pois o autismo se manifesta de forma única em cada pessoa. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade. Vale salientar também que a ocorrência desses sintomas não é determinista no diagnóstico do autismo. Para tal, se faz necessário acompanhamento com psicólogo, psiquiatra da infância ou neuropediatra.
Informações importantes:
Em 2010, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.[5][6] O aumento dos números de prevalência de autismo levanta uma discussão importante sobre haver ou não uma epidemia da síndrome no planeta, ainda em discussão pela comunidade científica[7]. No Brasil, foi realizado o primeio estudo de epidemiologia de autismo da América Latina[8][9], publicado em fevereiro de 2011—com dados de 2010 –, liderado pelo psiquiatra da infância Marcos Tomanik Mercadante (1960-2011), num projeto-piloto com amostragem na cidade paulista de Atibaia[10], aferiu a prevalência de um caso de autismo para cada 368 crianças de 7 a 12 anos[8][9]. Outros estudos estão em andamento no Brasil.
Mitos:
Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa. Meu filho interage ativamente com seu grupo escolar porque há interesse, o corpo docente e os alunos manifestam carinho e interesse constantes.
Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada ou que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe alguma). Problemas na inteligência geral ou no desenvolvimento de linguagem, em alguns casos, pode realmente estar presente, mas como dito acima nem todos são assim. Às vezes é difícil definir se uma pessoa tem um déficit intelectivo se ela nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Na verdade, alguns indivíduos com autismo possuem inteligência acima da média.
Obrigada ETERNAMENTE ao Recanto de Educação Abelhinha, que abriu meus olhos e participa comigo e minha família ativamente.
Minha família SEMPRE O AMOU e ama, respeita e apoia desde minhas sobrinhas crianças, até tios, primos, avós é lindo…
A ciência, pela primeira vez falou em cura do autismo em novembro de 2010, com a descoberta de um grupo de cientistas nos EUA, liderado pelo pesquisador brasileiro Alysson Muotri, na Universidade da Califórnia, que conseguiu “curar” um neurônio “autista” em laboratório. O estudo, que baseou-se na Síndrome de Rett (um tipo de autismo com maior comprometimento e com comprovada causa genética)[11], foi coordenado por mais dois brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto e foi publicado na revista científica Cell.[12][
Tenho recomendações de excelentes profissionais, aos pais que se encontram em duvidas, pois passei um ano consultando 3 (três) especialistas de cada área :
Neuropediatra: Maria Augusta Santos Montenegro
Psiquiatra: Dra. Andrea Nakata
Fonoaudióloga: Cristiane Morelli
Terapeuta Ocupacional : Giselle Marolla
Otorrino: Dr. Luis Miguel Chiriboga Arteta
Pediatra: Dr. Renato Katchadur Telles
Clinica Escola Tiquira: https://www.escolatiquira.com.br/
Fico a disposição SEMPRE !
Um grande abraço!
Em relação as citações a algumas são de minha autoria e outras são do Wikipédia.
Confesso – na minha condição de mãe – que me peguei muitas vezes curiosa sobre o assunto e com a contribuição da Juliana pude saciar algumas dúvidas aqui neste pobre coração de mãe. E você, tem alguma pergunta sobre o tema? Mande pra gente!
Beijos e até
Juliana Hodar