Toda vez que se fala em inclusão, a conversa acaba por apontar para a necessidade de se ter um projeto que, de fato, faça das crianças com necessidades especiais parte de uma comunidade diversa e que as permita aprender de forma adequada. A boa notícia é que algumas escolas se aprofundaram no tema e hoje oferecem atendimento especializado. “Com um programa adaptado às necessidades, dentro das grades curriculares e seguindo as leis de diretrizes e bases educacionais, os alunos conseguem acompanhar as aulas de forma tranquila. Isso dispensa a necessidade de reforço no contraturno e garante a eles tempo para atividades extraescolares”, afirma a mantenedora da escola Tiquira, Cristiane Morelli. Na instituição, dos 270 alunos, 240 são autistas.

Segundo Cristiane, a escola oferece ao aluno especial o mesmo currículo educacional das outras instituições, mas mais lentamente, para que ele o cumpra de forma real. Tiago Tedeschi Hodar mudou seu comportamento para melhor e ficou mais paciente desde que começou a frequentar a Tiquira. “Diariamente, a gente nota a mudança. É uma criança completamente diferente da que era antes de ter o apoio e o suporte da escola”, conta a mãe do menino, Juliana Tedeschi Hodar. Ela lembra que, na instituição anterior, a atenção de colegas e professores era voltada a ele, com todos fazendo tudo para agradá-lo. “Mas Tiago precisava crescer de forma disciplinada e coerente, por isso procuramos a Tiquira”, diz.